
Era (e é!) um professor absolutamente fantástico, pois para além de ser um monstro de sabedoria, conseguia dar às suas aulas um toque de simplicidade e uma relação estreita com o mundo real. Dava um cunho aparentemente simples ao seu discurso fazendo-nos sentir integrados no contexto, ao mesmo tempo que nos sentíamos pequeninos face a tanto conhecimento. Pequeninos mas não estúpidos. Pequeninos mas com espaço para crescer.
Dava exemplos em cinco línguas diferentes, conhecia autores de todo o mundo e de todas as épocas, citava, relacionava, questionava, explicava, problematizava, inquiria. Sem tiques de pedagogo empedernido, que nos faz sentir estúpidos, ignorantes e idiotas com discursos retorcidos e incompreensíveis.
Exigente. Muito exigente. Mesmo muito. Nunca estudei tanto para uma cadeira como com ele. Nunca aprendi tanto com mais ninguém.
E não sendo uma das suas alunas mais brilhantes, foi através dele que tive grandes oportunidades. E, quando preciso de ajuda, ainda hoje está sempre disponível. Com toda a simpatia e atenção.
É dele que me lembro quando me autoavalio e me reencaminho na minha profissão. Ainda hoje o tenho como O exemplo a seguir.
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